Carioca de Realengo, Zenny de Azevedo, o Algodão, começou a carreira no Clube dos Aliados, em Campo Grande (RJ). Em 1948, aos 23 anos, se transferiu para o Flamengo, onde ficou até a aposentadoria. Foi policial militar quando jovem e, na Escola do Exército, estudou educação física. Formado, abandonou a carreira militar e passou a trabalhar como professor.

Algodão foi o elo entre a geração do bronze olímpico em Londres 1948 e a que fez do Brasil uma potência mundial. Foi prata no Pan de 1951 e no Mundial de 1954, campeão mundial em 1959 e medalhista de bronze olímpico de novo em Roma 1960.

Na ocasião, seguia titular, aos 35 anos, mesmo sem o mesmo vigor de outros tempos. Mas se machucou durante a campanha e só voltou à quadra, de braço esquerdo enfaixado, no último jogo, para se aposentar da seleção com honras.

Algodão era apaixonado pelo Flamengo. Para jogar pelo clube que amava, nunca ganhou nada além do transporte e do lanche. Em dias de jogo noturno, voltava para casa às 2h e, três horas depois, já estava no bonde, indo dar aulas de educação física. Morreu em 2001, aos 76 anos, e foi enterrado com a bandeira do Flamengo.