Tati Weston-Webb na COB Expo: “O COB mudou minha vida”
Em painel no evento, surfista medalhista olímpica valoriza apoio da entidade em sua evolução como atleta e fala de seu momento atual
Tati Weston-Webb na COB Expo. Foto: Léo Barrilari/COB
Já se passaram quase dois meses desde a conquista da medalha de prata de Tatiana Weston-Webb nos Jogos Olímpicos, mas a surfista brasileira segue na crista da onda. Mesmo com a agenda repleta de compromissos desde que saiu do Taiti com a medalha no peito e às vésperas de entrar oficialmente de férias, Tati encontrou um tempo para prestigiar a COB Expo, em São Paulo, e bater um papo com o público, mediado por Ivan Martinho, CEO da WSL Brasil, sobre sua carreira e os detalhes da conquista que mudou sua vida. A atleta aproveitou o momento para reconhecer e exaltar a importância do apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na sua preparação desde que decidiu representar a bandeira verde e amarela, em 2018.
“O COB literalmente mudou minha vida. Ele está me apoiando desde que mudei a minha bandeira para a do Brasil. Só posso agradecer por tudo que o COB contribuiu na mina carreira. Trabalhamos muito durante os últimos dois ciclos olímpicos. Sem essas pessoas não conseguiria chegar na final dos Jogos Olímpicos. Eles fazem tudo para a gente estar na melhor forma naquele momento. Realmente só tenho de agradecer ao COB que ajudou e apoiou, sempre ao meu lado quando eu precisava”, declarou Tatiana Weston-Webb.
A relação de Tati com o COB se intensificou em 2018, quando foi convidada a competir pelo Brasil em um projeto específico da entidade para o surfe feminino. Desde então, conta com suporte da entidade em diversas áreas, como preparação física, nutrição e psicologia, por exemplo. Durante os Jogos Olímpicos, o COB também montou uma base exclusiva para o Time Brasil em uma pousada no em Teahupoo, o que foi muito elogiado pela medalhista olímpica.
“Foi ótimo, tivemos tudo que precisávamos ali. Fizemos dois testes antes dos Jogos Olímpicos e foi incrível. Nos divertimos muito, fizemos churrasco, pingue-pongue, dançamos. O time estava muito unido e a gente se sentiu em casa”, contou.
Tati, 27 anos, nasceu em Porto Alegre, mas foi criada no Havaí, o paraíso do surfe. Cresceu nas ondas perfeitas do arquipélago, mas sempre manteve as raízes com o Brasil, através da família da mãe.
“Eu cresci no Havai, mas nasci em Porto Alegre. Quando o COB me perguntou se eu queria representar o Brasil eu não tive a menor dúvida. Sempre me senti muito mais brasileira. Foi uma escolha super fácil para mim, eu sentia isso no meu coração”, reforçou Tati, que é casada com o surfista brasileira Jessé Mendes, com quem construiu uma casa em Garopaba (SC). Ela também contou que se sensibilizou muito com as enchentes recentes em Porto Alegre e fez de tudo para ajudar a cidade-natal de sua família materna.
Principal representante feminina da atual geração do surfe, Tati sabe de sua responsabilidade e espera continuar inspirando cada vez mais meninas a praticarem o esporte. O talento, as conquistas e o carisma de Tati vêm trazendo mais visibilidade ao surfe feminino brasileiro. Neste sentido, Ivan Martinho destacou que 2024 foi o ano de maior audiência do surfe feminino na história do Circuito Mundial e também lembrou que a final olímpica entre Tati e Caroline Marks alcançou um público no Brasil de 48 milhões de pessoas somente na TV aberta.
“Não estamos muito acostumados com esses números no surfe. É uma responsabilidade gigante, mas eu vejo como uma oportunidade de inspirar as mulheres em se dedicar ao esporte. É uma coisa muito maravilhosa competir e compartilhar esses momentos especiais. Queremos espalhar as energias boas e falar para as crianças que tudo é possível com dedicação, amor e respeito”, refletiu a surfista.
Ela também reconheceu que as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço no surfe e quebrando o pensamento machista que existia em outras épocas. “Hoje somos respeitadas dentro d´água. Dá para ver claramente que isso está acontecendo. Estar fazendo parte da evolução e da igualdade no nosso esporte está fazendo a diferença. Mostramos que há espaço para as mulheres no surfe. As meninas dominaram esse ano”, celebrou Tati.
A experiência olímpica no Taiti, um dos seus lugares preferidos no mundo, ainda está muito viva na sua mente. E, provavelmente, nunca irá sair.
“Competir nos Jogos Olímpicos é incrível, é a maior plataforma do esporte do mundo. Você trabalha tantos anos para ganhar essa medalha e tem muitas pessoas em volta de você querendo o mesmo sonho. Realmente, é mais pressão, mas uma oportunidade única na sua frente. Só posso agradecer por essa medalha. É uma competição gigante, fora do normal, que mudou muito a minha vida. Literalmente, estou na correria até agora, mas daqui a pouco eu tiro férias”, brincou a brasileira, que está de malas prontas para o litoral catarinense, onde vai descansar, ler jogar tênis, altinha e, como não poderia deixar de ser, surfar.
A COB Expo ainda proporcionou um encontro de Tati com a campeã olímpica de judô Beatriz Souza.