Jogos Pan-americanos Rio 2007 inspiraram nome de atleta em Gangwon 2024
Mascote do primeiro grande evento multiesportivo sediado pelo Brasil nos últimos 20 anos é o mesmo do atleta do skeleton, Caue, que promete nova experiência olímpica
Os Jogos Pan-americanos Rio 2007 foram um marco para o esporte olímpico
brasileiro. Muitas pessoas e atletas foram influenciados pela vivência do
primeiro dos megaeventos esportivos que o Brasil recebeu nos últimos 20 anos, incluindo
os Jogos Olímpicos Rio 2016. Inclusive de alguém que nasceu no ano da
realização do evento e já adquiriu experiência olímpica. É o caso de Caue
Miota, atleta brasileiro do skeleton, que se despediu da Coreia do Sul nesta
quarta-feira, 24, depois do 17º lugar em sua prova. O nome dele foi escolhido
por causa do nome do simpático sol que era a mascote do Pan do Rio.
“Eu descobri por causa de um trabalho da escola, em que pediram para gente
perguntar sobre a origem do seu nome. Aí meu pai (Thiago Miota) contou da
história da mascote dos Jogos Pan-americanos, da origem indígena e eu gostei
muito do que tem por trás do meu nome”, contou o atleta.
Cauê significa “Salve” em tupi e era uma saudação que os indígenas usavam. O inusitado é que o nome da mascote foi escolhido por meio de enquete que teve a duração de 23 dias em urnas instaladas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Porto Alegre, São Luís e Florianópolis e também por votação pela internet. O nome teve 38% dos votos e foi divulgado com transmissão ao vivo no dia seis de agosto de 2006. O atleta de skeleton Caue viria ao mundo no dia três de março de 2007.
“Meu nome ia ser Daniel, eu acho. Meu pai falou que amou o nome, principalmente porque tem origem indígena, e aí resolveu mudar para Caue. Aí criou uma tradição... Meu irmão é Caique e tenho uma irmã que era pra ser Clara, pra ser tudo com C, mas virou Kiara, que tem o som igual”, contou rindo o atleta.
De acordo com os criadores da mascote, o sol foi o escolhido por representar o cenário carioca, o espírito do brasileiro e símbolos olímpicos, como a tocha, o ouro e o conceito de campeão. Era a primeira vez que uma mascote pan-americana não representava um animal típico do país. E o menino que tem o nome de uma mascote baseada no Sol se tornou um atleta de esporte de gelo. Contradição? Não para Caue.
“Virei um atleta de gelo que mora no Canadá, no frio, o oposto. Mas eu nasci no Brasil, não no Rio, mas em Salvador, na Bahia, que também é uma cidade em que o sol reina, morei 10 anos lá. Mesmo que faça esporte de gelo e more no Canadá, sou brasileiro, é minha terra, a terra que nasci”, contou Caue.
“E é muito legal saber que estou ligado ao esporte desde a origem do meu nome. Vou seguir treinando, evoluindo e buscar uma nova experiência olímpica”, completou.